quinta-feira, abril 05, 2007

meio-dia.

Pensa ter força de sobra. Mas quando a coisa aperta, dá mesmo pra chorar. Por mais que não molhe o rosto com as gotinhas salgadas suaves pela mágoa que o acompanha. Olha pra janela, sente pena... queria sentir aquilo que dá quando nos queimam com brasa viva. Aquela vontade de afogar a própria mão na carne do outro. Queria. Mas não sente. São calafrios, nós no meio da garganta estreita. E a vontade é de chorar. Quando isso acontece, sempre se cala. Fica ali. No canto. Contando o tempo pra vê-lo passar devagarzinho. E só passa assim quando ele precisa que os dias voem como moscas. Áridas e ágeis.

Um comentário:

Anônimo disse...

"Quando isso acontece, sempre se cala" (...)