terça-feira, abril 17, 2007

soma.

Faz dez meses que sentou ali. E desde então, não move um músculo sequer. Nem os mínimos da face. Os olhos também não percorrem nada. Muito cuidadoso antes de padecer inerte, fez questão de escrever mais-que-um-bilhete e deixar pousado ao seu lado. E todas as manhãs, uma senhora de mãos finas vem limpar os fios de saliva que descem pelas esquinas da boca. O barbeiro tem orgulho sempre ao se dizer o primeiro a notar. Os meninos da rua perdem horas em apostas e tentativas de fazê-lo cair. Mas se nem a chuva quase constante e o frio que penetra em suas narinas tiveram êxito... o tempo, os meninos, o barbeiro. Tudo é inútil.

2 comentários:

Anônimo disse...

(trancado) por dentro.

marco
naselva.com/marco

Anônimo disse...

era vc o sentado?