terça-feira, fevereiro 22, 2011

do outro lado da pista.

Mãos ásperas geralmente me causam um incômodo discreto, impossível de ser ignorado.

Quando alguém com mãos assim toca as minhas, é como se meu cérebro recebesse um alerta imediato e me informasse subitamente sobre a ausência de lisura da palma alheia.
As mãos dele eram levemente ásperas, mas dessa vez, meu mentor sensorial acusava algo além da textura: ele me informava sobre a surpresa daquele gesto redentor.
Ele me guiava em meio a tantos rostos estranhos e abria caminho para um lugar discreto. Um mar muito denso recuava e nós passávamos tranquilos.
Agora estou aqui do outro lado da pista esperando a música certa. Tentando adivinhar se a aspereza daquela palma virá outra vez me resgatar.

2 comentários:

Graci disse...

Simplesmente perfeito...Ctrl+D já!Virei assídua!

Vinícius N. disse...

\o/