mágico-fálicos.
Eram marinheiros, os dois.
Trajavam os previsíveis uniformes brancos responsáveis pelo detalhamento dos corpos rijos.
Magros e rijos. Bonitos. Palpáveis.
Passíveis de toda culpa dos pecados mitificados a que poderiam sucumbir.
Quando passavam pela portaria ao sair durante as primeiras manhãs do dia, exalavam um cheiro sórdido que desconcertava porteiros, senhoras, crianças...
Nádegas de ambos dançando compassadas enquando caminham rotineiros e os olhares alheios eram meros inquisitores. Desimportantes.
Trouxeram à vizinhança aquele ar de perversão.
Destruíram silenciosamente a paz entediante reinante no prédio de número sessenta e nove da rua que sobe ereta à direita da avenida principal.
Inquietaram homens e mulheres. Faziam emergir invejas em casais aparentemente felizes.
No elevador:
-Bom dia. Dizia cínico enquanto sua mão abocanhava o membro do outro recostado no canto.
Motins se formaram em reuniões. Expulsões foram planejadas.
Nada foi feito, de fato.
A penetração dos dois marinheiros de hábitos hostis naqueles arredores era o ponto de equilíbrio daquela comunidade carente de lascívia.
As senhoras, os porteiros, os senhores,os casais, meninos e meninas; todos diziam bons dias e agradeciam em silêncio pela atmosfera mágico-fálica
de então.
Desejavam fosse ela perpétua.
sexta-feira, agosto 01, 2008
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